A Chama Ainda Arde
Igreja Metodista Unida dos EUA se reaviva para voltar aos ideais de Wesley
Uma série de cultos especiais de adoração e júblio foi planejada para semana seguinte. Na noite de segunda-feira, cerca de 30 pessoas participaram. No culto da terça-feira, McDermott sentiu direção de Deus ungir todos os presentes com óleo e orar para que "um espírito de júblio" os enchesse. Depois de uma hora de cânticos e orações, as pessoas se aproximaram do altar. Enquanto o pastor orava, a terceira pessoa da fila caiu no chão, tomada pelo poder do Espírito Santo. O mesmo aconteceu com todos os demais. Na quarta-feira à noite, 125 pessoas vieram à frente, e McDermott orou por duas horas seguidas. Ele não entendia o que estava acontecendo, mas compreendeu que orar daquele jeito com as pessoas deu uma nova dimensão ao seu ministério. "É como se você pudesse ver o coração das pessoas e enxergar o quebrantamento." Os dias de júblio Washington Crossing foram muito além de uma semana. A sensação da presença de Deus exerceu forte impacto sobre as reuniões de oração. O órgão da igreja foi vendido, e guitarras foram introduzidas nos cultos de adoração que substituíram a liturgia tradicional. O que antes não passava de rotina foi sobrepujado pela visitação do poder de Deus. Durante um culto dominical, o período de oração ultrapassou os 90 minutos habituais: com um intervalo de apenas 15 minutos, McDermott orou com a igreja durante seis horas. "Todas as pessoas caíram no chão sob o peso dos seus julgos. Tiramos as cadeiras para abrir espaço", lembra. Fogo Consumidor - Quando aquele reavivamento começou em 1994, McDermott percebeu que precisava pastorear uma congregação que experimentava uma renovação espiritual, algo que jamais aprendera durante o seminário. Ironicamente, ele encontrou as orientações de que precisava nos escritos de John Wesley, fundador do movimento metodista. O pastor entendeu que o velho metodismo era muito mais pentecostal do que a igreja admitia. McDermott não foi o único dos 8 milhões de membros da Igreja Metodista Unida (IMU) americana a experimentar o toque do Espírito Santo. De alguns anos para cá, um avivamento carismático espalha-se pela mesma denominação, que vinha enfrentando uma baixa considerável de membros e problemas internos. Enquanto os bispos discutem se homossexualismo é pecado e se a Bíblia merece crédito, um número cada vez maior de membros das igrejas estão redescobrindo as origens do movimento, baseadas na ênfase à santidade, zelo evangelístico e compaixão pelos pecadores. E estão dispostos a recuperar este passado.
Mas o fogo foi se esfriando. Nos últimos tempos, a Igreja metodista Unida centralizou tanto seu foco no liberalismo que Wesley provavelmente não reconheceria se viesse do passado para vê-la. No início deste ano, depois da celebração do casamento de duas lésbicas por um pastor metodista de Omaha, no estado de Nebrasca, evangélico de dentro e de fora da denominação anunciavam seu fim. O incidente ganhou manchetes em vários jornais do país, mas ninguém noticiou a onda de renovação espiritual que está varrendo a IMU. Ainda é cedo para se falar numa tendência, mas segundo Stephen Seamands, professor do Seminário Teológico de Asbury, "a Igreja Metodista Unida está, aos poucos, atravessando a pés secos o rio do reavivamento". Ênfase na Oração - Wesley era um apóstolo em seu tempo, um visionário", afirma Terry Teckyl, pastor da IMU com base no Texas, líder de uma campanha para recrutar 1 milhão de cristãos até o ano 2000 para orar pela denominação. "Wesley preocupava-se mais em buscar o poder de Deus. Corria riscos para alcançar mais pessoas do que qualquer outra época. É exatamente isto que muitos metodistas, guiados pelo Espírito de Deus, estão fazendo." Quem visita uma dessas igrejas metodistas avivadas encontra ênfase na oração: intercessão pelos pastores, curas, reuniões domésticas. Paralelamente, por conta de mais abertura ao trabalho do Espírito Santo, cresce o interesse pela disciplina cristã e a descoberta de uma vida de mais intimidade com Deus. Na igreja de Scott McDermott, esta postura levou ao crescimento: oito pastores atendem a comunidade; 27 congregações contam com aproximadamente 300 pessoas; e alguns membros participam de um grupo de apoio a um ministério estabelecido em Camden, em Nova Jersey. A oração é o denominador comum entre a igreja de McDermott e a Igreja Metodista Unida de Pine Forest, em Pensacola, na Flórida. Lá soprou o mesmo vento de avivamento da vizinha Assembléia de Deus de Brownsiville, em 1995. A mocidade de Pine Forest começou efetivamente a orar por seus pais e pela comunidade a 8 anos. Quando o avivamento teve início em Brownsiville, a curiosidade atraiu jovens metodistas, que iam em número cada vez maior aos encontros pentecostais.
Doze discípulos - Logo Pine Forest começou a receber grupos de visitantes. Com o tempo, criou uma concorrida conferência anual de pastores metodistas na qual cura, arrependimento e compromisso com santidade são temas recorrentes. A mocidade da igreja de Perry Dalton percorre os EUA, liderando campanhas evangelísticas. "Temos visto pessoas curadas e relacionamentos restaurados", diz o pastor. "Jovens estão deixando as drogas. As pessoas estão realmente aceitando Cristo nos corações". O mesmo fenômeno acontece na IMU de Toledo, em Ohio, pastoreada nos últimos oito anos por uma mulher, Pat Mc Kinstry. Ela assumiu uma igreja que definhava, à beira de fechar as portas. "Fui a primeira mulher e a primeira negra à frente da congregação, eminentemente branca e de classe média. Acho que eles esperavam que eu me conformasse com o tradicionalíssimo deles, mas eu sabia que a igreja estava morrendo. Iniciei um trabalho com uma dúzia de pessoas, às quais disse: Se Deus quer construir a sua igreja, então precisamos buscá-lo." Mc Kinstry e seus discípulos começaram a orar. A pastora passou a ensinar sobre o Espirito Santo e sugeriu sete dias de oração e busca de poder. Sua iniciativa contagiou a igreja, que partiu para um trabalho na periferia da cidade. Vários líderes de gangues, traficantes e prostitutas aceitaram Jesus, e alguns deles encontraram na comunidade da igreja o lar que não tinham. "Alguns chegaram drogados ou bêbados", conta Mc Kinistry. "Ninguém os criticou, apenas tentamos tocar seus corações. Eu sabia que, se a Palavra de Deus penetrasse suas vidas, as limparia de uma forma que as regras e formalismo não conseguiriam." Atualmente, a IMU de Toledo tem cerca de 640 membros, dos quais 75% entraram pela primeira vez numa igreja através desse trabalho de evangelização. Ex- budistas, ex- testemunhas de jeová e vários estrangeiros foram alcançados. "Quando usamos os mesmos princípios de Jesus para construir a igreja, não tem erro", garante Mc Kinstry. Primeira Convocação - Não muito longe de Toledo, na cidade de Muncie, no estado de Indiana, a IMU Union Chapel passou de uma audiência média de 70 pessoas nos cultos, em 1981, para 1,3 mil hoje em dia. O avivamento começou logo depois que o pastor veterano Gregg Parris descobriu as reuniões de oração que algumas senhoras realizavam a três décadas, sempre clamando por renovação espiritual. O testemunho de um organista num domingo levou um membro importante da igreja ao arrependimento público, e a audiência dobrou no domingo seguinte, quando mais de 20 pessoas aceitaram Jesus. "É importante que, como pastores, permitamos que Deus ponha o fogo de seu Espírito Santo em nossas vidas", diz Scott McDermott. "Penso que o Senhor está tentando chamar a atenção dos pastores para dois aspectos: a necessidade de renovação espiritual e do desenvolvimento de uma liderança capaz de sustentar este reavivamento. É tempo de buscar isso, de acreditar de fato na mudança radical que Deus pode fazer em nós e em nossas congregações. E a primeira convocação é para a oração." Se os pastores responderem ao desafio de McDermott, a mesma coisa que aconteceu em seu altar em 1994 poderá repetir-se nas igrejas metodistas em todos os EUA. Igrejas que podem estar espiritualmente falidas hoje, mas - como Jonh Wesley sabia bem - é a madeira seca que pega fogo mais rápido. Fonte: Revista VINDE Autor: Jonh M. DeMarco |
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